hoje vi a face oculta de deus e nela eu era o universo de puro caos e amor.
era Ana, era Sibel, era Zingarina.
era a camponesa de saia rodada que se arrasta na grama.
era a mãe sentada na beira da nascente vendo a prole brincar.
era mãos de lenha assando pães quentes de afeto e sal.
era fêmea ferida no orgulho dos ciclos e ovários.
era a costela de Adão.
era a macaca da Etiópia perdida na Macedônia sem floresta.
era a menina comendo ovo cozido na praia de Santos.
era mito sem rito algum.
era dor e ardor na pele vulcânica.
era emaranhado de erros e gestos afobados.
era harmonia e acordes nos sons do sim.
era pura aceitação de rebeldia.
era forte e feiticeira.
era a morte.
era renascimento.