sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Mas a sala rodopia e a pele treme, sim, há. 
Existe a física quântica, existe sim.
Nossas bocas se encontraram na lata de cerveja, sim.
E sou muitas, sou uma, sou aquela.
E há que se respeitar.
E quero ver dormir com um barulho desses.
É movimento, ritmo, há pulsação sim.
E não estou falando de você, nem de mim, nem de ninguém.
E não venha me decifrar pois vou te devorar.
Com a língua, com o gesto, com o acaso. 
Com o que permeia, impesteia, promete.
Há o trago de afago, tela de proteção golpe de realidade.
Nessa noite há arte e amor até mais tarde.
Ele veio me falar de desejo e prazer, e entrego o corpo à câmera. Ele fala de lado A e lado B.
Aflora. E fala de shuffle, e é fantástico. É realmente incrível que com mil possibilidades, o shuffle surpreenda por não se saber o que será visitado.
E me entrego, sim.
A dor e a delícia. 
À dor e à delícia.
Há dor e há delícia. 

terça-feira, 14 de outubro de 2008

de quando te (re)conheci ou porque Caótica Ana é mais do que simplesmente um filme para mim







Ontem quando te abracei na rua eu vi que o pedestre do pé no asfalto parou. Amar é algo assim como a eternidade.
Eu vivo plena, entre poemas e cebolas, mesmo que me veja assim chorando. Eu sei que você não vai entender pois ama seco quase sem suor, sem lágrima, sem sal algum. 
Eu te disse também ontem que agora eu era uma mulher sem dentes, e é verdade, eu acreditava na força da dentadura mas hoje sei que sobrevivo de sopa.
Eu não sei qual palavra usar pra dizer que sinto tua falta. 
Eu não sei como dizer que sou fênix sem dono e que ontem quando te abracei naquela esquina, na verdade eu já tinha ido. 
Aquele tempo não passa nunca. E o pedestre permanece ali, in-visível aos olhos.