quinta-feira, 3 de setembro de 2009



desde então o silêncio da tua música. na boca as palavras se dissolvem, não há nada que possa ser dito. desde então ficou tudo sem ficar, sem alívio. algum resquício fragmento de pensamento repetido derretido. e nem uma única palavra que consiga ser de matéria viva. rolam enrolam língua e saliva correm fugitivas. desde então o silêncio da sala vazia. numa tarde abafada uma barata passou por mim. eu continuei sentada imóvel tentando fazer do meu pavor, displicência. mas ela sem pudor me confrontou. um estalo abafado sem grito. em outra tarde uma catártica aula de mergulho. o corpo parado tentando fazer do meu medo, concentração. e nos óculos as lágrimas a me afogar. não pense que foi fácil encarar a imensidão dos teus olhos. quanto mais me preservo mais me arrisco na piscina precipício. deve ser uma questão de trampolim porque desde então teve também uma tarde no minhocão ensolarado em alta velocidade. não sei de que modo se deu. mas desde então as palavras começaram a aparecer, uma a uma. e eu sorri para o desafio, sorri para a câmera na mão. o meu lugar no caminho. já não sei se é longe daqui, se é mais tarde. eu já não me reconheço quando conheço a palavra certa. foi então que vi meu nome próprio.



5 comentários:

Thaís disse...

gostei daqui
eu volto

R. disse...

eu também volto.

Beta disse...

to com tantas saudades!

Ya Oliveira disse...

Linda. Amei. Já faz 5 dias que você não publica algo novo. Sou sua fã. Quero mais! Saudades.

Daniela Patricia dos Santos disse...

Boas golfadas de ar pra encarar a boniteza das palavras que nascem assim, ficandas na vontade.
Só consigo comentar do lado de dentro.

Bjo

Dani