sexta-feira, 18 de março de 2011

No repeat

E então, como não podia deixar de ser, pequenos tremores voltam a balançar o continente estagnado, mudo de todos os ruídos , bate a grande hora de não ser hora para nada.
Na lavanderia uma lavanda é cultivada enquanto a roupa espera pelo sol, sem culpa ou receio, a tarde passa tragada por não ser tarde para nada.
Esculpe o tempo silencioso no meu corpo, posso ouvir o vento que anuncia o furacão por dentro e como por fora o beijo de uma flor.
Sentidos que não tomam rumo nenhum, sem querer partir, sem querer ficar, num balanço manso, são só ondas na minha paisagem.
A vitrola determina se choro ou se rio, minha vida como radionovela de vizinha, quando foi que passei a olhar de fora de mim?
De mim mesma só o amor, em todas as jornadas, meu falso brilhante, que longe daqui ou mais tarde já travou guerras e crimes, agora ousa um pouco de paz.
E com alívio percebo que enfim enquanto espero, não espero coisa nenhuma.

Um comentário:

Daniela Patricia dos Santos disse...

tem umas semnas que tento comentar esse texto. lindo demais! e mais do que isso, só consigo comentar por dentro, querida.sim, com gosto de em breve, espera e café. Outra cousa é o desejo de movimentar as cousas, aí isso mudou o endereço do caderno de livramento para cadernodelivramento.blogspot.com
daqui um pouco te conto mais, só adianto que há novos olhos por aqui, de nome nikon. bjo